SOU UM GAROTO MAU?
Eu tive uma recaída depressiva severa em meados de outubro. Em
resposta à recaída, me senti bastante vulnerável e comecei a misturar remédios
para dormir com álcool, porque o meu maior interesse enquanto eu me visse no
fundo do poço envolvia dormir, dormir, dormir e dormir o tempo todo.
Eu já havia escrito sobre, mas, a título de recapitulação, a
minha mãe me pegou no flagra, descobriu que eu andava me embebedando, e a minha
reação não foi das melhores, infelizmente – eu dei vazão à raiva, mais uma vez.
Quando estou em meu melhor, eu não costumo ser agressivo com
a minha mãe, mas a minha mãe vira e mexe faz questão de me lembrar da minha
última recaída depressiva apenas para me fazer acusações, o que é uma forma de
tratamento cruel vinda de uma mãe, considerando que eu não estava em meu
melhor.
“Sua hipócrita!”, disparei contra ela num momento de
descontrole enquanto eu estava atravessando aquele ciclo tenebroso da
depressão. Eu me arrependi amargamente, mas a minha mãe, pelo visto, não fez o
menor esforço a fim de me perdoar (nem é necessário que ela confirme tudo o que
estou dizendo em palavras, pois eu simplesmente sei; a minha mãe, assim como
eu, tem tendência ao rancor, mas ultimamente venho tentando melhorar neste
respeito).
A depressão sempre trouxe a pior versão de mim. É difícil
lutar por muito tempo para preservar o pouco de luz que ainda resta, porque o
torpor e a escuridão da depressão levaram embora a maior parte da luz. Aí você
se pergunta: “Como Deus ainda pode me amar, se só existe escuridão em mim?”
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